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Melhores Discos de 2013 (15 - 11)

Quase lá! A lista daqui a pouco chega ao final e ainda pode revelar algumas surpresas. A oitava parte da lista de dez conta com a ventura do Marcelo Jeneci e seu De Graça e o Telekinesis fazendo o melhor disco da carreira. Tem também o segundo melhor disco folk do ano com o Stornoway trazendo um folk irredutível aos nossos ouvidos. A lista apresenta a sutil mudança do Vampire Weekend que repercutiu em muitos blogs/sites especializados colocando o Modern Vampires Of The City em boas posições nas listas de Melhores do Ano e também mostra a classe roqueira do Lee Ranaldo revivendo um pouco o barulho do Sonic Youth com seu décimo álbum de estúdio.



15. Marcelo Jeneci - De Graça
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Marcelo Jeneci é o tipo de cantor que preza os instrumentos, uma gama deles, e os detalhes que compõe os arranjos de suas músicas sempre com sentimento sem limitá-las a um único estilo. Sua precisão em articular cada elemento sonoro para criar uma harmonia nas melodias reflete seus pensamentos, seus versos e suas rimas poéticas. A cultura é um artefato explorado por Jeneci que nos diverte fazendo um tímido arrasta-pé funcionar em nossos pés na faixa De Graça. O lirismo de Pra Gente Se Desprender enfatiza o sentimento e a delicadeza de um cantor dado a reflexão. De Graça é provido de um essência popular seja no pop de Alento e Temporal ou na reflexiva O Melhor da Vida com sua levada mpb. O sucessor de Feito Pra Acabar (2010) é cheio de graça sem apelos demasiados e um carisma digno de um excelente cantor.



14. Lee Ranaldo And The Dust - Last Night On Earth
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Quando o Lee Ranaldo lança um disco há sempre uma boa expectativa de encontrarmos algo semelhante ou que pelo menos nos fizesse lembrar do Sonic Youth. Para nossa alegria o rock desordenado e barulhento tem seu espaço nesse novo disco do guitarrista, mas não é a única coisa que nos chama atenção. Um contraponto roqueiro, mais diplomático, de guitarras passivas é encontrado ajudando a dar uma base no disco sem nos lançar em confusão como expressa Key-Hole. As faixas dos disco são progressivas começando num plano e terminam em outro como Lecce, Leaving que gradativamente vai ganhando força e eleva o músico a status saudosista do Sonic Youth sem mencionar no reboliço causado por The Rising Tide. Lee Ranaldo riffa seu momento atual com disposição sempre com algumas notas marcantes do Sonic Youth na sua guitarra provando que panela velha continuar fazendo comida boa!



13. Vampire Weekend - Modern Vampires Of The City
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Quando uma banda resolve mudar de ares esse processo pode levar alguns ano até o grupo assentar moradia no novo território. Esse foi o caso do Vampire Weekend que quando lançou Contra (2010) esse já se mostrava diferente do debut de 2008. O afrobeat adicionado ao dance-punk que marcou sua ascendência apareceu mais acuado nesse segundo disco e quase três anos depois o Vampire Weekend resolveu dar uma trégua fazendo dele apenas uma alternativa a ser usada para não colocá-lo em esquecimento. Modern Vampires Of The City mostra um VW menos atrevido dedicado a fazer músicas com um exponencial mais pop do que nunca. Embora Unbelievers ainda dê pinta de um VW de uns dias atrás com Ezra Koening deslanchando seus vocais, a faixa em seguida, Step, vem interromper esse lapso em forma de baladinha marota. O quarteto se mostra bem a vontade nesse território e canções mais requintadas são apresentadas como Don't Lie, Hannah Hunt e Everlasting Arms. Quando resolvem recordar mais o passado emplacando um ritmo mais frenético como nas faixas Diane Young, Finger Back e a galgada Worship You eles nos deixam mais exaltados propícios a dar maior relevância ao disco.



12. Telekinesis - Dormarion
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Poucas bandas demonstram ter a capacidade de melhorar seu trabalho disco após disco. Sempre numa crescente, Michael Benjamin, o mentor intelectual por traz da banda Telekinesis, otimizou seu trabalho com o terceiro disco do grupo, Dormarion. A banda, que em muito vive condicionado a uma aura pop, agora usa mais a força da guitarra e do baixo para dar uma aparência mais robusta em suas canções e de quebra dá uma pincelada eletrônica bem dinâmica em algumas faixas como em Ghosts and Creatures. Enquanto Lean On Me fortalece a típica linha dos versos pop e refrão pegajoso, Ever True mostra a criatividade da banda por implantar sintetizadores embalando uma new wave dançante. Em termos simples, Dormarion é um disco pop mais "rebelde", divertido para eles e para nós. (Nota retirada da resenha do disco publicada aqui.)



11. Stornoway - Tales From Terra Firma
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O disco de estreia do ingleses do Stornoway, Beachcomber's Windowsill (2010), veio com aquele folk tímido meio desacreditado na estreia, mas que no final das contas deixou uma boa impressão. Seu segundo disco, Tales From Terra Firma, desta vez trouxe um folk soberbo executado com qualidade pelo quarteto. Logo no início, a música You Take Me As I Am distribui uma energia contagiante com violão, piano e teclado regendo um ritmo acalorado deixando notas abertas pra instrumentos de sopro entrarem numa melodia crescente e arrebatadora com vocais convidando você a fazer parte desse momento de júbilo. A música te coage a ouvir o disco com empolgação que é alimentada com a misteriosa Farewell Appalachia, a ligeirinha Hook, Line, Sinker de guitarras enfurecidas no fundo e Knock Me On The Head com um clima pop recomendável. Stornoway surgiu com um despretensioso disco em 2010 pra reaparecer com o segundo melhor disco folk do ano!

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