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Resenha » Jimi Goodwin - Odludek (2014)

Ontem havia publicado aqui no blog o trabalho solo de Jimi Goodwin do Doves com a faixa Oh! Whiskey e logo pela manhã descobri no Deezer que o disco "Odludek" já estava disponível para streaming. O disco contém 10 faixas com uma performance impecável para nenhum fã saudoso do Doves botar defeito. Goodwin carrega os traços do Doves em seus arranjos mantendo em evidência seu lado roqueiro em faixas como Terracotta Warrior e Didsbury Girl, deixando o espaço aberto para outros sons entrarem em sintonia com aquilo que o músico já produzia. É só ouvir a pegada industrial de Live Like a River para vê-lo arriscar algo fora do patamar do Doves.

Se era pra fazer um disco sem necessariamente mostrar submissão àquilo que Goodwin ajudou a produzir junto ao Doves, o músico consegue intercalar essa nova experiência com recordações anteriores como na faixa Hope. As nuances apontam para um músico mais experimentalista, mais solto, que exprime sua criatividade num emaranhado de sons eufóricos na música Man V Dingo.

Dono de um timbre vibrante e singular, Goodwin mostra adaptabilidade em mudar o cenário do seu disco e, ao invés de um palco, uma banda para reger e um público fervoroso para movimentar o músico nos remete a um ambiente fechado na calada da noite para desfrutarmos de uma canção encantadora como Keep My Soul In Song com um piano charmoso e um arranjo delicado flertando com o jazz. A próxima faixa é o single Oh! Whiskey, que com uma gaita no início convidando Goodwin para cantar uma balada certeira, uma envolvente dobradinha piano/violão vem em seguida preparando o caminho para uma harmonia instrumental protagonizar o momento de maior glória do disco.


O instrumental foi algo que Goodwin sempre priorizou no Doves e em carreira solo, no seu primeiro disco, os arranjos tendem a serem magistrais e meticulosos revelando o talento por trás da criação de um álbum bem feito. Isso fica palpável na levada de The Ghosts Of The Empties pegando embalo da faixa anterior, Oh! Whiskey, e na calibrada Lonely At The Drop com Goodwin voltando a dar um volume pesado no disco que encerra de maneira singela e com a divertida Panic Tree.

Há sempre uma responsabilidade maior quando o músico, principalmente o vocalista e alma de uma grande banda, lança seu primeiro disco solo. Nossos ouvidos ficam mais atentos e nossa expectativa é acentuada pelo histórico e talento já comprovado do músico. Jimi Goodwin usou toda sua experiência a seu favor para não decepcionar fazendo "Odludek" soar como e ao nível do Doves e ainda assim transparecer algo pessoal e bonito.

Nota: 8,5

1 Comentários

  1. Moisés, respondi teu comentário lá no jooqebox mesmo, não sei se viu. Abraço!

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